jueves, 25 de febrero de 2010

Eí rapaz Cadê meu filho...


Ei rapaz cadê meu filho... Você o conhece bem, é aquele que me fez chorar e rir, aquela noite de abril com seu primeiro choro, já fazem mais de vinte anos.
Aquele que comia salsichas no calçadão da praia Malvín sentado no chão como se nada ao seu redor existisse. Esse que brincava de milanesa na areia.
Aquele que levava a caçar, que caminhava a meu lado carregando uma pá por quilômetros na procura de mulitas, só com cinco anos.
Aquele que em umas férias tendo ido a pescar e na beira de um rio caminhando junto a mim com sua varinha de pesca no ombro embaixo de uma ponte e um velho pescador comprimento ele falando “ adiós pescador” e seu peito encheu-se de orgulho.
Aquele que subia num cavalo com cinco anos, andava uns cem metros e voltava, descia e me falava que vinha a me ver, subia, andava, voltava, varias vezes, cadê ele.
Aquele que dormia aos meus pés numa caçamba de caminhoneta às três horas da madrugada com um frio de dez graus negativos todo acorçoado enquanto eu caçava.
Aquele que quando de regresso de uma caçaria entramos numa quitanda e a dona perguntou para ele que tinha caçado e ele cheio de orgulho respondeu, lebres, perdizes, cordeiros, rssss
Aquele que jogava na água, na praia, no estilo bolinha, bandeirinha, uma e outra vez junto com seu irmãozinho.
Aquele que ensinei a dirigir com sete anos um ciclomotor em numa quadra de futebol em Punta Carretas na beira do mar.
Aquele lobinho dorminhoco que não acordava ao chamado da Chapeuzinho vermelho, em aquela festa de fim de ano letivo.
Aquele que inicie na aventura Jipera, na mecânica, na vida, que me fazia sofrer, com o coração na boca, morrer de medo, em suas andanças aventureiras dentro de um Jeep.
Esse meu filho procuro, vc não viu ele, esta desaparecido faz muitos anos, esse outro cara que conheço não é meu filho, ele é um estranho para mim, um desconhecido que não quero ver nem ter perto de mim...   Ral-Diablo

No hay comentarios.:

Publicar un comentario