sábado, 6 de marzo de 2010

Varios Drumond de Andrade

A bunda, que engraçada. Está sempre sorrindo, nunca é trágica. Não lhe importa o que vai pela frente do corpo. A bunda basta-se. Existe algo mais? Talvez os seios. Ora — murmura a bunda — esses garotos ainda lhes falta muito que estudar. A bunda são duas luas gêmeas em rotundo meneio. Anda por si na cadência mimosa, no milagre de ser duas em uma, plenamente. A bunda se diverte por conta própria. E ama. Na cama agita-se. Montanhas avolumam-se, descem. Ondas batendo numa praia infinita. Lá vai sorrindo a bunda. Vai feliz na carícia de ser e balançar Esferas harmoniosas sobre o caos. A bunda é a bunda redunda.


O Chão é a cama para o amor urgente, O amor não espera ir para a cama. Sobre o tapete no duro piso, a gente compõe de corpo a corpo a última trama. E para repousar do amor, vamos para a cama!




As mulheres gulosas que chupam picolé — diz um sábio que sabe — são mulheres carentes e o chupam lentamente qual se vara chupassem, e ao chupá-lo já sabem que presto se desfaz na falácia do gozo o picolé fuginte como se esfaz na mente o imaginário pênis.

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